Figuras de Construção
Figuras de Construção
1 – Zeugma: É a omissão de um termo já enunciado anteriormente na frase.
Exemplo:
Um deles queria saber dos meus estudos, outro, se trazia coleção de selos.
Observe no exemplo que não repetimos a expressão “queria saber” depois da segunda virgula, ou seja, ocorre aí Zeugma.
2 – Elipse: omissão de um termo que não foi enunciado anteriormente na frase.
Exemplo:
Não posso sair. (omitimos o pronome “eu”, “Eu não posso sair.”)
3 – Assíndeto: omissão de conjunções entre orações que se dispõem em sequência.
Exemplo:
Fere, mata, derruba. (omitimos a conjunção “e”, “E fere e mata e derruba”.)
4 – Polissíndeto: É a repetição de conjunções entre orações que se dispõem em sequência.
Exemplo:
“Se era noivo, se era virgem,
Se era alegre, se era bom,
Não sei.
É tarde para saber.” (Carlos Drummond de Andrade)
Observe nesse exemplo que repetimos a conjunção “se”.
5 – Aliteração: repetição de consoantes da mesma natureza ou de natureza semelhante.
Exemplo:
“Olha a bolha d’água
no galho!
Olha o orvalho!” (Cecília Meireles)
Nesses versos, a repetição é do fonema “lh”.
6 – Anáfora: repetição da mesma palavra a espaços regulares durante o texto.
Exemplo:
“Noite – montanha. Noite vazia. Noite indecisa. Confusa noite. Noite à procura, mesmo sem alvo.” (Carlos Drummond de Andrade)
7 – Pleonasmo: repetição de uma palavra ou de uma noção já implicada no texto.
Exemplo:
“A ameaça, o perigo, eu os apalpava muito.” (Guimarães Rosa)
Note que “os” está repetindo uma noção aplicada antes.
8 – Epíteto: qualificação do nome através de uma característica que já lhe é inerente.
Exemplo;
“Fogem as neves frias,
Dos altos montes, quando reverdecem
As árvores sombrias.” (Camões)
Observe nesse exemplo neves frias, a neve já é fria, ou seja, o Epíteto qualifica o nome com uma característica que ele já tem.
9 – Onomatopéia: significa imitar um som com um fonema ou palavra. Ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho de máquinas.
Exemplo:
Nhac! (mordida), Buááááá (choro), etc.
10 – Repetição: consiste em repetir palavras ou orações para intensificar ou enfatizar a afirmação.
Exemplo;
“Tudo, tudo parado: parado e morto.” (Mário Palmério)
11 – Inversão: consiste na alteração da ordem normal dos elementos da frase. O processo de Inversão costuma ser dividido em:
a) Hipérbato: ocorre quando, por meio da intercalação, alteramos a posição de alguns termos da frase para realçá-los.
Exemplo: Esqueça dos homens o desprezo e siga em frente.
b) Anástrofe: ocorre quando alteramos a posição usual do sujeito, do verbo ou dos complementos.
Exemplo: “Foi por ti que num sonho de ventura/A flor da mocidade consumi.” (Álvares de Azevedo)
c) Sínquise: é a inversão violenta dos termos, que provoca, inclusive, certa dificuldade na compreensão do sentido da frase.
Exemplo:
Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de rosas.” (Camões)
A ordem direta seria:
Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de rosas na cabeça.
12 – Anacoluto: é a falta de nexo sintático entre o principio da frase e o seu fim. Ocorre geralmente quando:
a) O sujeito fica sem predicado.
Exemplo: Eu parece-me que vou desmaiar.
b) Se usa um verbo no infinitivo e se repete no meio da frase.
Exemplo: Morrer, todos haveremos de morrer.
13 – Silepse: é a concordância com a idéia latente e não com a palavra escrita. Existem três tipos de silepse.
a) De gênero –
São Paulo está poluída. (= a cidade de São Paulo)
Vossa Excelência está gripado. (= gripado, no masculino, porque se trata de pessoa do sexo masculino).
b) De número –
Estamos muito contente com você. (estamos contente = estou muito contente com você).
A maioria dos bóias-frias vivem na miséria. (o verbo deveria concordar com a maioria, mas concorda com seu complemento, por silepse de número).
c) De pessoa –
Os brasileiros somos otimistas. (Os brasileiros = 3ª pessoa, mas quem fala ou escreve também participa do processo verbal.